É cada vez mais
necessário o recurso a metodologias adequadas aplicadas a dados provenientes de
fontes insuspeitas para aferir a actuação das autoridades nacionais e locais na
redução das assimetrias entre as regiões, entre as ilhas, entre os concelhos, entre
as freguesias ou até entre as unidades espaciais de grau de desagregação maior.
É neste pressuposto que pude socorrer dos
indicadores integrados no censo 2000 para projectar em planos factoriais, produzindo
uma fotografia “real” ou para melhor rigor, uma fotografia muito próxima do
real, dos 17 concelhos de Cabo Verde e também das 31 freguesias existente em
2000.
Era fundamental identificar os contrastes e/ou as dissemelhanças mais
relevantes entre os concelhos e ou entre freguesias, sob o ponto de vista das condições de vida das famílias, das condições de
vida da população, da actividade económica, da educação, da estrutura da
população, em fim, da integração
de 24 variáveis sobre as quais foram-se aplicando modelos estatísticos,
que passava pela utilização de modelos de Análise Exploratória de Dados
Multidimensionais.
Uma conclusão significativa
a que pude chegar era a importância da associação de algumas variáveis aos
meios dos concelhos (rural e urbano) e às freguesias. Essas variáveis foram,
sobretudo, as que estavam relacionadas com regime
de ocupação das unidades de alojamento (casa própria ou
arrendada_subarrendada), tipologia de
habitação (casa individual ou apartamento), nível de instrução e posse
de bens de conforto. Essas variáveis tendiam a ocupar posições mais
destacadas na explicação dos contrastes que outro tipo de variáveis.
Uma outra conclusão
residia na distinção entre os meios urbanos e os meios rurais, e para alguns
casos, a associação de meios urbanos dos concelhos de predominância rural de
interior da ilha de Santiago (S. Domingos, S. Miguel e Santa Cruz) aos meios
rurais de alguns concelhos.
No que concerne às
freguesias era notória uma nítida distinção entre as freguesias sede de
concelhos e as freguesias do interior da ilha de Santiago e Santo Antão. Embora
algumas variáveis utilizadas não tinham o mesmo significado semântico para a unidade
de análise concelho e para a unidade de análise freguesia. Notava-se uma certa
concordância no que diz respeito ao agrupamento dos meios dos concelhos e das
freguesias.
Importa hoje, em
2012, replicar o mesmo estudo sobre as mesmas unidades de análise (concelhos e
freguesias), caso a estrutura de dados do censo 2010 o permita e aferir se as medidas de políticas
implementadas pelas autoridades nacionais e locais contribuíram ou não para
alterar a fotografia dos concelhos e a fotografia das freguesias, isto é, se
houve ou não a redução das assimetrias entre os concelhos e entre as freguesias,
de 2000 para 2010.
AFernandes
Trata-se de um tema muito pertinente e atual. Um olhar sobre esta temática hoje Server ia para mostrar o percurso feito, em relação a 2000.
ResponderEliminarForça,